O objectivo inicial era escrever posts diariamente, mas não tenho conseguido. Ou porque não tenho acesso à internet ou porque estou demasiado cansada depois de muitas horas a conduzir…mas agora vou tentar actualizar o mais possível.
Depois de ter conduzido tantos quilómetros desde Portugal e de ter chegado tão tarde a San Sebastián, as horas de sono que consegui dormir souberam a pouco. Por isso permiti que o plano inicial de sair cedo de Espanha fosse alterado. A preguiça ajudou sim, mas também o lindo ceú azul, os 25 graus e o mar tão perto contribuiram em muito para a decisão.
E esta é sem dúvida uma das grandes vantagens de se viajar da forma que estou a viajar – posso alterar sempre que quiser e com a antecedência que me apetecer os planos iniciais.
Já aqui referi que desta vez estou a viajar a solo, e não sozinha. A diferença entre estes dois conceitos ouvi pela primeira vez da Miguta Água Silva. No essencial diz que um viajante que não tem outra companhia que não a dele próprio, nunca é um viajante sozinho pois nunca tem de se sentir só. Se quiser tem sempre a companhia das outras pessoas com quem se vai cruzando pelo caminho.
E assim me senti também em San Sebastián. As praias estavam cheias de grupos escolares, de amigos, de familias…que decidiram aproveitar o bonito dia e eu senti-me parte daquele ambiente estival.
Como dormi até mais tarde, a hora do pequeno-almoço (almoço para o funcionário que insistiu em dizer que tinha um amigo brasileiro e por isso sabia alguns palavras em português) já tinha terminado. Decidi então comer uma fatia de tortilla de patatas – algo muito parecido com uma omelete com batata, mas alta e redonda. E estava óptima.
Achei San Sebastián uma cidade muito bem sinalizada, com um centro de fácil configuração, o trânsito civilizado e fluido e por isso também sem grandes dificuldades de condução. Estacionei o carro numa das pontas da Bahia de la Concha, perto da escultura Pelne del Viento, decidida a fazer uma caminhada de mais de 2 km para cada lado.
E depois de alguns minutos para tentar entender como funcionava a máquina do estacionamento (e de algumas tentativas frustadas de colocar as moedas sem ler as instruções!) percebi como afinal era fácil mas também engraçado e diferente das que conhecia. Ahh! Porque é que não li logo as instruções?… Afinal é tão fácil!
Primeiro era preciso escolher entre se queria estacionar ou multar – sim, foi o que entendi – e depois escrever a matricula do carro com o teclado disponível de letras e números. De seguida o normal, colocar as moedas e escolher o tempo pretendido.
E assim, findo este momento lúdico, iniciei o meu percurso a pé.
Horas depois, quando regressei ao carro, dei por mim feliz por ter tomado a decisão de adiar a saída de Espanha, mesmo sabendo que isso ía atrasar a minha chegada ao local de dormida no centro de França. Mas senti-me mais revigorada para iniciar mais um grande percurso ao volante (cerca de 600 kms) e minutos depois de deixar o centro da cidade já tinha atravessado a fronteira. França, aí vou eu!
O resto do dia foi passado na estrada e assiti a mais um bonito pôr-do-sol. E o resto fica para contar mais tarde.
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