Suécia

Porque é que aqui são todos louros?

9 Agosto, 2013

Depois de termos estado na capital, Estocolmo, decidimos ir até à segunda maior cidade da Suécia – Gotemburgo, precisamente no lado oposto do país e a quase 500 km de distância.

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Mas pelo caminho fizémos uma paragem social. Fomos visitar os nossos amigos Tord, Leena, Thea (7) e Marcus (5) – que agora estão novamente na Suécia mas já viveram uns anos em Portugal, bem perto de nós.

São uma família incrivelmente divertida e foi muito bom este reencontro. Foi também a oportunidade de partilhar novamente alguns hábitos de vida familiares suecos “ao vivo” – almoçar às 11h e jantar às 18h, descalçar à porta de casa, beber grandes chávenas de café durante o dia, fazer desporto – e claro, de conseguir colocar a nossa “conversa em dia”.

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Fiquei por exemplo a saber que sentem muito a falta do clima de Portugal (enorme cliché, mas bem verdadeiro!), da personalidade extrovertida das pessoas, dos horários tardios do país e dos frequentes jantares fora (o preço elevado na Suécia dita que estas refeições sejam consideradas quase um luxo e só estejam reservadas para dias de festa).

Nos jantares fora em Portugal, levavam as crianças sem serem apelidados de “pais irresponsáveis” pelos outros clientes do restaurante (sim, isso acontece na cultura sueca). Muitos jantares na Suécia são apenas reservados a adultos, pois a hora de deitar das crianças não ultrapassa normalmente as 20h.

O que me surpreendeu, mesmo, foi ficar a saber que a única coisa de que não sentem falta e dizem mesmo nunca se terem conseguido habituar durante os anos que fizeram de Portugal a sua casa, foi à comida! A comida!!

Foi realmente uma surpresa pois são as primeiras pessoas que conheço que já estiveram em Portugal e que não aprovam a nossa gastronomia. Dizem em sua defesa, que os pratos “não têm molhos, é tudo muito simples”.

Gostos são gostos, já se sabe, e não vale discutir, mas não consigo resistir a elogiar os saborosos e frescos alimentos que temos à nossa disposição em Portugal e que é difícil encontrar pela Europa: peixe, fruta, legumes, sopas, pão…

Este pequeno desacordo, por volta da hora de almoço, acabou até por ser uma coincidência engraçada. E talvez numa tentativa de nos demonstrar como se pode usar molhos na cozinha, prepararam e partilharam connosco uma deliciosa refeição, uma das mais tradicionais receitas suecas – o kalpudding – com carne, batatas e muitos molhos!

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Depois de várias horas de convívio, não consegui deixar de pensar como é fantástico que quatro miúdos (não querendo eu chamar criança a quem já é adolescente neste grupo!) conseguiram brincar, rir e partilhar uma refeição, sem que a Thea e o Marcus falassem português, nem o Gonçalo e o Francisco falassem sueco.

Andaram de baloiço, correram pelos campos, improvisaram um teatro, jogaram às escondidas e montaram o puzzle da Science4you, vindo de Portugal. A verdade é que conseguiram fazer-se entender e o inglês não era aqui sequer uma língua comum. Apenas valeu a criatividade e a vontade de estarem e aprenderem juntos.

Depois de vários passeios pela cidade e de sermos abordados por alguns locais, também não vou esquecer a pergunta do Francisco pela qual ninguém estava à espera: “porque é que aqui são todos louros?”.

Depois de uma enorme gargalhada comum lá veio a explicação das diferenças genéticas, porque mais não sei. Apenas sei que para mim, é uma grande vantagem: em breve instantes, e apenas pela cor dos cabelos, sei sempre onde os meus filhos estão!

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Mas tínhamos uma viagem para fazer e depois das despedidas e da promessa de uma visita em breve ao “calor de Portugal”, seguimos caminho.

Um troço da estrada em obras e o calor que se fazia sentir naquela tarde transformaram esta viagem de carro numa das mais desconfortáveis que já tinha feito na Suécia.

Normalmente as estradas são bastante boas e ladeadas por árvores muito verdes – nesta altura do ano já que no inverno ficam cobertas de neve – e muito altas – de um tamanho majestoso mesmo – o que acaba por dar alguma frescura à viagem, mas não foi este o caso.

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Mais tarde, em conversa com a Leena ela explicou-me entusiasmada que “hoje os miúdos foram para a cama à hora portuguesa”. O que significa não antes das 22h!

Da nossa parte também já só queríamos descansar, pois para o dia seguinte estava planeado explorar Gotemburgo, mas sobre isso contarei já a seguir a nossa aventura de fazer o pequeno-almoço na Suécia, almoço na Dinamarca e jantar na Alemanha.

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2 Comentários

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    Responder ritagomesmartins 9 Agosto, 2013 at 10:24

    Vantagens de se ser moreno!!! 😉
    Joana, vamos para Amesterdão no fim do mês. Alguma sugestão a fazer?

    • Joana
      Responder Joana 12 Agosto, 2013 at 20:40

      Boa escolha Rita! Sugestões específicas sobre essa cidade não te consigo dar mas sugiro que façam alguma pesquisa antes de ir, sobre o que querem ver/ fazer e assim que lá chegaram peçam um mapa e assinalem as vossas escolhas por áreas. Mas aconselho a não preencherem o dia todo apenas com visitas, sentem-se num café ou esplanada para descansar, provar as especialidades locais e sentir o ritmo da cidade. Andem a pé e de transportes públicos. Deixem-se surpreender com todas as coisas – em simultâneo – que as pessoas conseguem fazer e transportar nas suas bicicletas e depois contem-me tudo quando chegarem! Aproveitem e divirtam-se muito!!

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