Todos os guias e cartazes turísticos da bonita cidade de Canterbury no Sudeste de Inglaterra, a cerca de 30 quilómetros de Dover, referem alguns pontos obrigatórios de visita: a Catedral (a mais antiga de Inglaterra), as ruínas de Santo Agostinho (património mundial da UNESCO) e também as ruínas do Castelo e respectiva muralha.
Mas eu fiquei com a clara sensação de que a cidade, só por si vale a visita. As ruas do centro, que rodeiam a Catedral são fechadas ao trânsito e repletas de animação, lojas, cafés e restaurante que nos deliciaram.
Gostámos muito da livraria Waterstone’s e em especial do seu simpático café no último andar (não esqueceremos a sopa de pimentos lá servida, que só a nós nos pareceu demasiado picante).
Outra das principais atracções turísticas são as Canterbury Tales, mas chegámos à conclusão que, pelo aspecto das figuras representadas à entrada, “deviam ser um bocadinho assustadoras” e por isso decidimos não ingressar nestas histórias do século XIV, contadas através de um audio-guia numa visita guiada a diversos locais espalhados pela cidade.
A apenas alguns minutos de distância do centro da cidade, fica o campus da Universidade de Canterbury – University of Kent, onde dormimos.
Foi a primeira vez que os meus filhos entraram numa universidade e logo nesta que tem tantas actividades e serviços que até quase nos esquecemos que aquele espaço foi concebido para estudar!
Assim, além de dar para dormir na universidade, também é possível praticar desporto, fazer refeições ligeiras ou mais completas em vários cafés, esplanadas ou cantina (onde só dá vontade de “esticar” a hora da refeição), descansar nos agradáveis espaços verdes, fazer compras no supermercado, consultar livros na biblioteca ou até adquiri-los numa livraria, ver uma peça de teatro ou um filme (no Gulbenkian theatre)!
É então um campus universitário aberto à população – casais, famílias, grupo de amigos ou viajantes a solo – que durante as férias da Páscoa e do Verão têm a oportunidade de usufruir de todo este ambiente e ainda de dormir num quarto que durante o ano lectivo é ocupado e apenas reservado aos seus estudantes universitários.
Claro que nesta altura do ano, o campus estava quase vazio de estudantes, apenas nos cruzámos com alguns grupos de jovens asiáticos no supermercado e a caminho da cantina e ainda um outro grupo misto que estava a praticar desporto em frente à biblioteca.
Gostei bastante de ver famílias com crianças de diversas idades e casais séniores nos corredores, nos jardins ou sentados nas esplanadas, em perfeita descontracção, harmonia e pleno usufruto daqueles espaços.
O quarto onde ficámos era amplo e equipado como um qualquer moderno quarto de hotel. Tinha uma secretária que unia duas paredes do quarto, uma televisão novíssima, uma chaleira eléctrica e uma casa de banho privada. Além disso, incluido no preço constava o estacionamento, a internet “ultra rápida” (muito apreciada pelos miúdos) e um pequeno-almoço inglês completo (aqui já bem mais apreciado por mim do que pelos meus jovens viajantes!).
Senti-me num ambiente residencial, literalmente a dois passos das salas de aulas. Os prédios tinham vários pisos e em cada piso diversos quartos e uma cozinha / sala completamente preparada e equipada para partilhar. “É mesmo como nos filmes!” só apetece sublinhar.
Faço um óptimo balanço desta experiência de dormir na universidade em que conseguimos trocar o alojamento convencional por algo mais invulgar, eu consegui “matar as saudades” do espírito universitário e ainda apresentar ao Gonçalo e ao Francisco um pouco do funcionamento de uma universidade inglesa. O pior foi quando me informaram que aquilo era “tão giro” que queriam ficar já ali!
Outros alojamentos invulgares:
- Dormir num avião com camas mesmo a sério
- E que tal dormir num moinho?
- Dormir num comboio internacional
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4 Comentários
Adorei a ideia! Universidade de verão… gostei mesmo!
Obrigada Rita! Pois, aqui até apetece estudar…
Olá! Gostei muito da ideia de dormir na universidade! como é que marcou? só ha em inglaterra?
Olá Candida! Pelo que me lembro, marquei directamente por telefone pois na altura estava lá perto (procure os contactos no link da universidade que está no post). Eu só conheço em Inglaterra.