Fomos visitar os campos da Batalha de Aljubarrota

10 Dezembro, 2015

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Logo para começar, um esclarecimento importante: o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota não está em Aljubarrota.

Está no local exacto onde a 14 de Agosto de 1385 aconteceu a BATALHA REAL (porque foi mesmo entre dois reis). Essa localidade tem actualmente o nome de São Jorge, entre Porto de Mós e Leiria, no centro de Portugal.

O Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota é aparentemente um edifício simples e pequeno (está aberto desde 2008) mas a verdade é que comemora um grande marco na História de Portugal.

Muitos miúdos devem lembrar-se de aprender na escola que foi na Batalha de Aljubarrota que os portugueses travaram a invasão dos castelhanos ao nosso território depois da morte de D. Fernando.

E quase todos devem conhecer a lenda da padeira de Aljubarrota, que nós encontrámos no Parque dos Monges em Alcobaça!

Quantos de nós adultos, em algum momento das nossas vidas, já nos lembrámos do exemplo desta batalha para demostrar que não nos devemos deixar intimidar pela quantidade? Que devemos parar e pensar em soluções inteligentes?… Eu já! E é tão bom saber que nem sempre vence a força! 🙂

Pois foi isso precisamente que aconteceu na Batalha de Aljubarrota. Eles – castelhanos – deviam ser entre 30.000 a 40.000, enquanto nós – portugueses – seríamos entre 6.000 a 10.000 homens. Ou seja, seriam talvez uns quatro castelhanos para cada português.

Nuno Álvares Pereira, responsável pela estratégia utilizada, sabia perfeitamente que pela força não os conseguiria vencer. Teria de saber usar a inteligência.

E assim fez, utilizando várias técnicas entre as quais:

Covas de lobos (buracos encobertos)
Técnica do quadrado
Besteiros dispersos num terreno cheio de vales e ribeiros (escolhido com o propósito de reduzir a visibilidade ao inimigo

Por aqueles dias, os castelhanos dirigiam-se a Lisboa para conquistar a cidade, depois da confusão da sucessão ao trono de Portugal que se gerou com o casamento da Infanta D. Beatriz com o Rei João de Castela.

Os portugueses conseguiram então travar o exército castelhano, com o desafio de lutarem ali mesmo, consagrarem um vencedor e decidirem finalmente o destino do reino de Portugal.

Penso que o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, conseguiu pegar neste pedaço da História de Portugal e divulgá-lo de uma forma interessante.

Porque bem sei que, às vezes, as palavras “museu” ou “história” têm o poder de conseguir afastar alguns meninos e meninas… que acham que isso é tudo “uma grande seca, mãe!”.

Mas esta visita temática acabou mesmo por agradar bastante a crescidos e menos crescidos. 🙂

Refrescámos então algumas informações mais esquecidas e aprendemos outros dados novos. Eu acho sempre super interessante mostrar aos miúdos, ao vivo e a cores, aquilo que já aprenderam na escola e viram nos livros, porque afinal torna tudo muito mais real e verdadeiro!

Fascinou-me a interacção conseguida durante toda a visita.

O Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota é composto por vários pontos distintos:

ENTRADA

Pode ver-se um pedaço de uma das mais de 800 covas de lobos que foram encontradas neste campo de batalha (as outras estão tapadas para conservação).

Além disso, existem várias televisões que através da escolha dos temas feita por nós, nos mostram como terão sido as movimentações dos dois exércitos por aqueles lugares.

CAMPO

Há uma visita guiada que nos leva a conhecer os campos onde se travou a famosa Batalha de Aljubarrota. E ao longo deste passeio existem vários pontos com cronotelescópios onde se podem espreitar imagens, como se estivéssemos mesmo a ver através dos olhos de alguns daqueles homens lá presentes.

Com um pormenor interessante: há sempre um mostrador mais alto e outro mais baixo, para os mais pequeninos também poderem ver tudo de uma forma autónoma.

E ficámos ainda a saber que na Capela de São Jorge ali edificada, existe uma bilha de água à entrada para relembrar sempre as dificuldades que os portugueses terão passado no dia da batalha – 14 de Agosto de 1385 – que se adivinha, terá sido bastante quente.

SALA MULTIMÉDIA

Tem uma produção fantástica! Quanta investigação estará por detrás daquele filme!

O cenário já está montado quando chegamos (representação de homens, campos, animais, covas de lobos). Depois ouvem-se grilos e durante 30 minutos assistimos a um filme com muitos actores portugueses e figurantes.

É assim um bom relato dos principais detalhes históricos sobre os anos que antecederam o dia da Batalha de Aljubarrota, até como tudo se passou estrategicamente.

(Não tenho fotos porque é o único espaço onde não se pode fotografar nem filmar)

SALA MUSEU

Existem várias informações para conferir, mas o que mais gostámos de ver foram os pedaços de ossos humanos encontrados nos campos, lado a lado com uma explicação digital bastante simples mas interessante sobre o achado.

Também à disposição há para experimentar, diversas réplicas de armas e armaduras (na época, podiam pesar até 30kg por homem). Os miúdos, claro, gostaram bastante desta parte da visita e sentiram-se poderosos – e muito mais pesados – por uns minutos!

Não me posso esquecer ainda de referir a simpatia da guia que nos levou até ao campo e nos contou algumas curiosidades sobre a Batalha de Aljubarrota que não conhecíamos.

Mas lembrem-se, as visitas orientadas ao campo estão apenas incluídas no preço do bilhete no primeiro domingo de cada mês.

Não se esqueçam de ir espreitar também a loja. Existem lá muitas peças giras e úteis, desde as tradicionais canecas, à surpresa do azeite, vinho, sabonetes e muito jogos, tudo com desenho original realizado especialmente para o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota.

E como antes ou depois da visita pode saber bem comer / beber qualquer coisa, saibam que existe um restaurante bem giro e recheado de iguarias regionais, com prato do dia a 7, 5 euros.

Uma última dica: comprem o pequeno jogo, com nome de Prova de Orientação e circulem pelo Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, a tentar desvendar as 11 perguntas/enigmas que lá estão.

É uma actividade bem divertida para se fazer em família, incluindo os miúdos na visita e até consolidar conhecimentos! 😉