Do Santo António ao Midsummer, Festas pelo mundo, Suécia

Aqui é Midsommar, a festa do Solstício de Verão na Suécia

22 Junho, 2013

Afinal a tão aguardada noite de Midsummer (ou melhor, Midsommar – é assim que se escreve na Suécia, eu tenho andado a  utilizar a palavra na sua adaptação à língua inglesa) acabou por se transformar num dia inteiro de festa e convívio familiar!

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O MIDSOMMAR

Para mim, começou às compras no supermercado: salada de batata (caixas com batata cozida e molhos à escolha), pão e bebida.

Estava convidada para uma festa em casa de uma família sueca, mas foi-me aconselhado levar o meu acompanhamento preferido e o mais importante de tudo, a minha bebida.

Como as bebidas alcoólicas são muito caras (vendidas por lojas geridas pelo Governo e taxadas com elevados impostos) cada pessoa deve assegurar o abastecimento da sua própria sede, que normalmente em dias de festa é bastante elevado por aqui!

E se o Midsommar é uma grande festa! É mesmo a maior celebração familiar da Suécia – mais do que o Natal, asseguraram-me várias vezes – e eu estava super ansiosa por comprovar isso mesmo.

Sendo a tão esperada celebração do Verão por terras suecas (países nórdicos em geral) é feriado, que normalmente varia entre os dias 20 a 26 de Junho para que seja sempre a uma sexta-feira, respeitando assim toda a organização sueca.

A intenção é festejar a noite mais curta da Suécia, mas tecnicamente isso nem sempre acontece já que a data é então sempre marcada para uma sexta-feira (para o país poder parar para férias!).

Também me informaram que a verdadeira festa tradicional do Midsommar se faz maioritariamente nas pequenas localidades e não nas grandes cidades (de onde saiem muitas famílias para passar este fim-de-semana alargado perto da natureza e da água). Em 2013, eu estive em Osthammar, a cerca de 140 km a norte de Estocolmo.

Ao chegar à casa da família que me tinha convidado, com o Reima, a Ylva, a Elina e o Jakob como anfitriões, reparei nos sapatos desalinhados deixados à entrada da porta. Claro! Quase me esquecia: por aqui não se entra calçado dentro de casa.

Aliás, é mais normal andar descalço na rua do que calçado dentro de casa!

Outra diferença em relação à vida social portuguesa é o cumprimento: um aperto de mão num primeiro contacto, quando as pessoas não se conhecem, mas que pode alterar para um generoso abraço quando já há alguma confiança.

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O almoço do Midsommar só foi servido às 13h, o que na verdade é relativamente tarde para os padrões suecos. Entre membros da família e amigos convidados, éramos cerca de 30 pessoas.

O dia estava muito bonito e quente, mais de 25 graus, e as mesas e cadeiras foram colocadas nas traseiras da casa, onde também já estavam montadas algumas tendas, a fazer prever uma noite passada de forma diferente…

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Todos os ingredientes deste almoço de Midsommar foram expostos numa mesa e os convidados formaram fila para se servir.

Existiam várias variedades de arenque (peixe, que por aqui é conhecido por sill) com ervas aromáticas, com mostarda, ao natural… e para acompanhar, um creme branco parecido com natas, ovos cozinhos recheados e as muito típicas pequenas batatas assadas com casca.

Durante o almoço, repetiram-se os momentos de “snaps“, uma bebida forte tradicional ingerida em pequenos copos e precedida de vários cânticos.

Depois do almoço, e antes da grande festa no centro da cidade marcada para as 15h, ainda houve tempo para um jogo de futebol no relvado do campismo local (era um espaço aberto e acessível a quem quiser entrar e jogar).

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Depois, entre os convidados houve quem preferisse ir tomar banho ao Mar Báltico e quem escolhesse assistir às tais comemorações oficiais do Midsommar. Eu inclui-me no segundo grupo.

Com o aproximar da hora marcada para o início da festa, as famílias começaram a chegar. E eu apercebi-me de uma realidade que não é a portuguesa. É incrível como o Sol influencia a vida das pessoas por aqui, lembro-me de concluir.

Mas afinal, depois de longos meses com pouca luz e calor, é facilmente compreensível como é tão importante e tão desejável conseguir usufruir de um dia bonito.

E os suecos já se habituaram a aproveitar bem as horas de Sol que vão tendo, pois o clima está bastante incerto: tão rápido está um dia limpo e quente, como logo a seguir está frio e nublado.

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A hora dos festejos aproximava-se e eu comecei a ver que algumas mulheres e crianças traziam coroas de flores na cabeça.

Confesso que ainda comecei por perguntar a um pai se podia fotografar a sua criança, mas perante a resposta “claro, estamos num país livre” nunca mais fiz perguntas, apenas me concentrei em captar algumas imagens coloridas.

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Segundo a tradição, estas coroas devem ser usadas por mulheres solteiras mas actualmente outras pessoas também as usam e o mais normal é fazerem a partir das flores que têm no próprio jardim de casa, só mesmo por diversão sem mais outras preocupações ou regras.

Quando a música começou a tocar e com a ajuda de algumas pessoas presentes, o “pole” (pau enfeitado com flores, símbolo da fertilidade) foi levantado e seguiu-se uma “chuva de rebuçados”, em que os organizadores da festa de cesto na mão, atiraram para o ar estas guloseimas – para delícia da pequenada!

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Depois começou a verdadeira concentração de famílias à volta do “pole”, sempre organizadas em diversas rodas.

Todos cantaram e dançaram durante cerca de meia hora e a mais famosa das coreografias, é sem dúvida a dos “pequenos sapos” em que adultos e crianças cantam e fazem gestos adequados ao tema da canção… e já dá para imaginar as posições, certo?

Foi um momento hilariante! E bastante cúmplice entre pais e filhos, em que ninguém parecia estar interessado nas potenciais situações embaraçosas, mas sim apenas focado no puro divertimento.

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De regresso a casa, participei ainda em alguns jogos tradicionais – as chamadas Olimpíadas do Midsommar.

E depois, entre os convidados, houve quem fizesse questão de se ir vestir a rigor, como que para receber da melhor forma possível uma das mais importantes noites da Suécia – afinal, era a noite de Midsommar!

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Seguiu-se o jantar: carne, rúcula, pepino e pimentos, salada de batatas e novamente as tais batatas assadas.

A tradicional sobremesa de natas e morangos foi preparada de forma pouco convencional, mas bastante criativa: um concurso entre os convidados. Em que cada equipa fez um bolo ali mesmo em poucos minutos e depois se elegeu um vencedor e tudo!

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Agora o mais fantástico dos cenários: apenas às 23h o céu começou a escurecer … na verdade não chegou a ficar completamente negro até cerca das 2h da manhã, quando começou novamente a clarear. E na Suécia, mantém-se assim até finais de Julho.

São as espectaculares noites mais curtas do ano por terras suecas!

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E aqui termina o projecto – Do Santo António ao Midsummer em 10 noites – que me levou de Portugal à Suécia de carro. Foram quase 4.000 km, 10 noites e 10 dias de aprendizagens e muitas descobertas, convívio com pessoas que já conhecia e outras tantas que fiquei a conhecer. A todas o meu enorme agradecimento, pois tiveram uma gigante importância no decorrer de toda esta viagem.

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Se quiserem saber mais sobre a Suécia, inspirem-se aqui:

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3 Comentários

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    Responder ritagomesmartins 28 Junho, 2013 at 11:20

    Olá! Estou aqui sem saber o que fazer só porque queremos ir passar 4 ou 5 dias fora, com os miúdos, mas não sabemos onde. Pensámos em Madrid, pq ainda não conhecemos, consigo bons valores para o hotel, mas ainda não decidi se vamos de carro ou de avião. Não tenho muita prática nestas coisas… preciso de sugestões para outros destinos. Obrigada. 🙂

    • Joana
      Responder Joana 28 Junho, 2013 at 11:40

      Olá Rita, eu sei que não é fácil sair com os miúdos mas no regresso temos sempre a sensação de que valeu a pena! Em Madrid sugiro o Parque Warner. Mas a Europa tem outras cidades divertidas para ir em família. Pesquisa Bruxelas, Berlim ou Copenhaga por exemplo, acho que são cidades muito completas e interessantes, onde há imenso que ver e fazer. Tenho muito boas recordações de todas elas. Beijinho e boa viagem!

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    Responder ritagomesmartins 28 Junho, 2013 at 12:31

    Obrigada Joana. Vou pesquisar. Bjo.

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