O Dia da Mãe é sempre que nós quisermos. O Dia da Mãe é todos os dias. E acho que devemos comemorar isso mesmo, quantas vezes quisermos e pudermos.
Eu bem sei que ando numa fase muito saudosista. São os 40 anos, dizem-me. Ou a adolescência dos miúdos, nem sei.
Mas sei que já dei conta como isto tudo passa realmente muito depressa. Sinto que cada vez mais, é preciso aproveitar e dedicar-me ao que realmente é positivo e essencial. Sinto-me bem, por continuar alinhada com a atitude de não adiar mais.
Porque o Dia da Mãe é sempre que nós quisermos. Mãe que é mãe gosta de mimo e de ter a companhia dos filhos, em qualquer dia do ano. Aliás, sempre que possível. Onde calhar. Sem esperar pelo dia x ou y. Sem motivo aparente. E fazer disso um momento especial.
Só porque a mãe sabe o quanto isso é bom e importante para todos. Essencial na construção da cumplicidade com os filhos. E é aqui que surgem as viagens, os passeios, as descobertas juntos. Até as coisas mais simples e acessíveis que nos fazem felizes e que podem estar em qualquer lado.
Eu sempre gostei muito mais da manhã do que da noite. Até porque quando os miúdos eram pequeninos, o dia começava quase invariavelmente às 6h da manhã (boa notícia: com a adolescência isso muda radicalmente, má notícia: deixa muuuuitas saudades).
Sempre que possível, nessa altura, eu saía de casa bem cedo com eles. Metia as bicicletas no carro e íamos para o parque. Agarrava numa bola e íamos para a praia. Calçava uns sapatos velhos e íamos descobrir caminhos pelo campo, fazer construções de pedras e paus. Íamos ao mercado comprar fruta e depois fazer um piquenique. Ou deixava-os escolher qual o parque infantil que queriam visitar (raramente era só um!).
Gostava muito de ter estes lugares ainda quase vazios, ainda quase só para nós. A vantagem extra é que o dia rendia bastante e depois eles adormeciam facilmente para uma sesta revigorante.
Foram tempos muito bons. Divertimo-nos bastante. Passámos momentos deliciosos. Criámos muitos laços e memórias. Ficámos com muitas histórias ou até piadas privadas (daquelas meio parvas e que só nós sabemos) para contar.
Tenho saudades desses tempos. Dessa alegria nas coisas mais simples. Dessa empolgante e constante descoberta do mundo que os miúdos tinham.
Hoje noto a vida muito mais planeada, cheia de horários e actividades marcadas para cumprir. E se às vezes me queixo que não se compara a quantidade de oferta para as crianças e famílias, que existe actualmente em relação à época que os meus filhos eram pequenos… por outro lado, noto que às vezes haverá alguma falta de valorização para aquelas experiências reais, que todos temos à nossa disposição e por vezes são esquecidas.
Por isso repito, o Dia da Mãe é sempre que nós quisermos. Mimos e beijinhos são sempre bem-vindos, claro! Fazer qualquer coisa juntos e tornar isso num momento bem especial, também. Até porque os presentes materiais estragam-se, perdem-se, substituem-se. Enquanto as recordações duram para a vida.
Por isso não há prenda mais preciosa que o tempo e disponibilidade que dedicamos a quem mais gostamos.
Viajar em família também é isto. É ter curiosidade pelo mundo. Valorizar a presença. Conseguir construir memórias colectivas, cimentar laços e cumplicidades. E agora, enquanto mãe de dois adolescentes, garanto-vos que isso faz toda a diferença. Isso transparece na atitude e permanece no tempo.
Não adiem mais, não se prendam a um calendário. Comemorem o Dia da Mãe hoje! E sempre que vos apetecer.
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