Aos domingos, a Avenida Paulista é para as pessoas

17 Abril, 2016

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A Avenida Paulista é a principal rua de São Paulo, no Brasil. É larga, barulhenta e movimentada como qualquer outra grande avenida em qualquer outra grande cidade.

Mas aos domingos, o barulho e o movimento são diferentes dos que lá normalmente se encontram durante os dias da semana. Nesse dia, a Avenida Paulista está fechada aos carros e apenas as pessoas podem passar e participar da agitação.

É uma experiência especial, só vos digo! Porque como em quase todas as grandes avenidas do mundo, na Avenida Paulista também há shoppings modernos, muitas agências bancárias, hotéis e cafés ou quiosques de rua a vender jornais e revistas.

Existem ainda muitas outras atracções interessantes para visitar na Paulista em família:

Museu de Arte de São Paulo (MASP)
Parque Trianon
Casa das Rosas (um dos últimos exemplares dos palacetes que antes ocupavam toda a avenida)
Livraria Cultura (uma mega loja cheia de livros e outras tentações culturais)

E conseguir ter acesso a tudo isto a pé, sem carros a passar, é simplesmente extraordinário!

Ouvi várias versões de números (mas independentemente da quantidade real) é frequente dar como certo que a cidade de São Paulo, durante o dia, tem mais população do que Portugal inteiro. Ou seja, é uma cidade do tamanho de um país!

Agora imaginem o que é conseguir fechar a tal Avenida Paulista ao trânsito uma vez por semana – todos os domingos – para dar unicamente passagem a pessoas, bicicletas, patins, trotinetes…

Mas também às bandas de música, às feiras de artesanato, às bancas de comes e bebes enfim, à plena animação de rua que sempre marca presença neste evento semanal.

É pois algo memorável, pela festa, pela alegria, pelo convívio, pela descontracção. Vi muitas, mas mesmo muitas, famílias de três gerações (filhos, pais e avós) a passear, a observar, a participar neste movimento da Paulista sem carros.

Acho incrível, como até as manifestações políticas (a que lá assisti) se transformaram em motivo de celebração, com música, muita cor e balões à mistura.

Ali as palavras eram de descontentamento, mas o ambiente sempre de festa (o povo brasileiro é perito nisso, né?). A frase mais expressiva que ouvi foi: “chega de pagar o pato”. 🙂

Passámos lá um bom par de horas, para cima e para baixo, e eu só conseguia pensar que na cidade que também é conhecida por “Selva de Pedra”, ter a oportunidade de pisar as faixas de rodagem da sua gigante Avenida Paulista é algo realmente inesquecível.

E associei logo esta experiência à de estar em cima da asa de um avião , como nós já estivémos em Estocolmo na Suécia!

A primeira vez que estive em São Paulo, em 2012, memorizei uma constatação interessante (que me lembro de ter lido algures na época). E que relembra que estar na Avenida Paulista em São Paulo, é assim como imaginar Nova Iorque, com aqueles enormes e modernos prédios a ladear a rua, mas o mais fascinante no meio de tudo isso é depois encontrar toda a sinalização escrita em português.

Nesta viagem ao Brasil, passei primeiro pelo Rio de Janeiro. E há sempre uma inevitável comparação entre o Rio e São Paulo. Quem aqui mora, não esconde uma pequena rivalidade para com aqueles que consideram “preguiçosos” (desde logo porque moram numa lindíssima cidade tropical).

Em São Paulo, ouvi frequentemente: “claro que trabalhamos muito mais que os cariocas, eles só querem praia e samba”! A verdade é que o Rio de Janeiro tem mar e uma natureza exuberante, tornando-se numa cidade bem mais turística e agradável para passear.

Mas para ser completamente justa também tenho de referir que São Paulo pode ser uma boa escolha para todos os que gostam de compras, roteiros culturais ou gastronómicos. Tem excelentes lojas, museus, restaurantes.

E para além da Avenida Paulista, tenho ainda de enumerar vários outros lugares de interesse nesta enorme cidade e centro de negócios do Brasil.