Durante as últimas férias escolares dos miúdos dormimos onde antes se moiam cereais, ou seja, fomos dormir num moinho!
Em Portugal, já se pode ter esta experiência tão especial em várias zonas do país mas nós escolhemos a Quinta dos Moinhos de São Filipe em Setúbal, com dois moinhos transformados em pequenas casinhas turísticas.
E como aprendemos por lá, em território português cada moinho tem um nome, os desta quinta chamam-se Penico e Comua.
No dia 7 de Abril comemora-se o Dia Nacional dos Moinhos. Normalmente no fim-de-semana mais próximo, mais de 300 moinhos espalhados pelo país aderem ao evento dos Moinhos Abertos, com muitas actividades e visitas (um programa engraçado para fazer em família).
Em relação à nossa experiência de dormir num moinho: uma das primeiras coisas que faço quando chego a um novo alojamento é, na medida do possível, adaptar temporariamente o local às nossas necessidades.
Assim conseguimos sentirmos-nos um pouco mais à vontade (e até salvaguardar algumas peças alheias!). Foi o que fiz neste caso específico.
Quando chegámos, o moinho estava limpíssimo e bem quentinho, transmitindo um ambiente muito acolhedor.
Mas para mim (que sou bastante prática) existiam vários objectos a mais na decoração. Por isso, tratei logo de os retirar do alcance e da vista dos miúdos.
Desta forma, as brincadeiras e os movimentos diários também decorrem mais livremente (voltei a colocar tudo no seu sítio certo à saída, claro!).
Naquela quinta existem então dois moinhos.
O nosso estava equipado para quatro pessoas:
- Sala com sofá-cama e cozinha, no andar de baixo
- Quarto com cama de casal e casa de banho, no andar de cima
E ainda uma mini mezzanine no último andar.
E mesmo que a configuração deste alojamento não engane – estamos mesmo a dormir num moinho! – como os edifícios estavam tão degradados quando foram recuperados no ano 2000, foram completamente remodelados e agora exibem os padrões de todo o conforto moderno.
Mas o pensamento dos miúdos não pára e perguntaram-me assim que chegámos: “se isto é um moinho, onde estão as velas?”.
Ficámos depois a saber que as velas assim como as mós e o pouco que restava dos antigos moinhos, foi tudo guardado fazendo agora parte da decoração do jardim da propriedade.
A internet com acesso gratuito agradou a todos, a única falha apontada pelos miúdos foi mesmo a restrita oferta nos canais de televisão.
Mas a mim não me fez falta nenhuma as séries e os filmes habituais. Estive completamente entretida com a lareira acesa, o chá reconfortante e demasiado extasiada com a deslumbrante paisagem que se podia usufruir dali. 🙂
Durante a noite, há as luzes dos barcos de pesca e dos ferries que fazem constantemente a travessia para a península de Tróia e ainda as luzinhas coloridas (de casas e hotéis) do outro lado reflectidas na água.
Durante o dia, pode ver-se a vegetação da Serra da Arrábida, o Rio Sado, o Oceano Atlântico e outra vez os tais barcos, os ferries, a península de Tróia mas agora com toda a paleta de cores disponível!
Não sei se foi pura sorte ou se o clima é sempre assim por ali, mas a verdade é que enquanto estivemos dentro do moinho não se ouvia nada, nem mesmo o vento.
E acordámos com um magnífico dia de sol, sem qualquer perturbação climatérica a assinalar (apenas alguns pássaros e abelhas). Muito ar fresco que nos permitiu comer, rir, conversar no terraço durante horas pela manhã.
O pequeno-almoço (leite, iogurtes, sumo, queijo, fiambre, doces, manteiga, compota caseira e fruta) já estava no frigorífico quando chegámos.
Mas o pão fresco foi deixado à porta de manhã. O que nos deixou livres para organizarmos esta refeição como bem entendemos.
A cozinha estava bem equipada com pratos, copos, talhetes, chaleira eléctrica, forno, torradeira.
Gostei muito da janela da casa de banho com vista para a serra. Acordar assim é terapia garantida!
E por falar em spots preferidos nesta nossa experiência de dormir num moinho… a pequena mezzanine no último andar fez as delícias do Gonçalo que ali encontrou um refúgio para ouvir música, com vista privilegiada e muito sossego a condizer.
Já o Francisco preferiu todos aqueles caminhos exteriores quase labirínticos. Não para fazer percursos pedestres, mas para andar de skate (anda agora nessa onda).
E ainda o grande parque infantil feito de baloiços de madeira, excelente para as suas habituais descobertas e aventuras super mega radicais!
Existe também por ali uma piscina exterior, mas a temperatura que se fazia sentir nos dias em que lá estivemos, não permitia a sua utilização.
Tem de ficar para outra oportunidade!
Uma última dica, se o GPS vos enviar para um caminho íngreme de terra batida voltem para trás.
Há uma outra estrada muito mais fácil e sempre alcatroada para lá se chegar acima, que se apanha virando à direita quase no fim da Avenida Luísa Todi.
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QUINTA DOS MOINHOS DE SÃO FILIPE
Setúbal, Portugal
moinhossaofilipe.com
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2 Comentários
e preço?
Olá Luis, obrigada pela visita ao Viajar em Família.
Para saber preços e outras informações, sugiro que contacte directamente os Moinhos de São Filipe: http://www.moinhossaofilipe.com
Bons passeios!