Hoje é o Dia Internacional da Família. Para além de todos os significados formais que normalmente se atribui a esta palavra ou que constam no melhor dos dicionários, para mim família representa colo, aconchego, partilhar, aprender, cuidar.
Mas também todos sabemos muito bem, que nem sempre é fácil manter a mesma sintonia. Nem sempre corre tudo bem ou estamos de acordo.
E isso é válido em casa e em viagem, por isso não serão contratempos destes que me vão fazer deixar de viajar…pois isso faz parte da identidade da minha família, que não vou querer nem poder alterar! O que posso fazer, é aprender a viver com as adversidades.
Assim, em jeito de celebração e homenagem a todas as famílias que contra todas as dificuldades e imprevistos continuam a viajar com os filhos, reuni aqui 9 lições (todas interligadas entre si e sem qualquer ordem de importância) que fui aprendendo nas minhas viagens com os miúdos:
1 – Superar o medo
Como noutras áreas da vida, às vezes deixamos de ir e de fazer porque imaginamos logo grandes dilemas, obstáculos, problemas. O desconhecido pode facilmente parecer gigante e assustador mas na verdade nada disso é real. Por isso é respirar fundo e ganhar coragem. Na grande maioria das vezes conseguimos “sobreviver” com o que temos, além de que os miúdos têm uma enorme capacidade de adaptação. No fim, teremos a melhor das gratificações: perceber que afinal não era assim tão difícil, afinal até conseguimos.
2 – Aproveitar o caminho
Haverá frases que os miúdos repitam mais em viagem do que “mãe, já chegámos?”, “mãe, falta muito?”…pois acho que não há. O incrível é que mesmo não sendo novidade nenhuma, muitas vezes acabamos por nos esquecer que o importante não é apenas o destino em si, mas sim o caminho que fazemos para lá chegar. É possível que tenhamos de descer, para depois voltar a subir (e o inverso). Mas faz parte. O melhor de tudo é que podemos sempre aproveitar para nos divertir e aprender. É sempre a escolha que temos de fazer.
3 – Experimentar
As férias são uma época especial, em que normalmente tanto adultos como crianças estão mais descontraídos, sem rotinas e horários a cumprir. Por isso também mais receptivos a experimentar algo novo. Aproveitem os novos ares e oportunidades que surgem para conhecer ou fazer alguma coisa pela primeira vez. Será inesquecível.
4 – Descansar
De vez em quando também é preciso. Porque estamos cansados, porque temos fome ou porque queremos mesmo ver de que cor é aquele passarinho tão giro aqui parado à frente! Vale tudo: comer um gelado numa esplanada, fazer um desenho, ler/contar uma história, andar de baloiço. Uma certeza: não vamos conseguir ver e fazer tudo o que tínhamos planeado quando saímos de casa, mas também não faz mal. Aproveitamos para recuperar energias, apreciar as vistas, conversar, rir e brincar.
5 – Saber parar
Porque apesar de termos ganho coragem, de estarmos preparados, cheios de força e energia para continuar, há situações em que não dá mesmo para avançar. São imprevistos, paragens obrigatórias alheias à nossa vontade mas que temos de aceitar. Um STOP é um STOP, não há volta a dar. É importante aproveitar o momento mas a segurança não pode nunca ser colocada em causa.
6 – Olhar e ver
Às vezes olhamos e não conseguimos ver. Não nos apercebemos do que realmente lá está. O importante é haver vontade e tentar. Mesmo se não conseguirmos à primeira, não tem problema. Olhamos outra vez. Tentamos noutra perspectiva, com outro ponto de vista. A verdade é que existe sempre uma solução e normalmente está mesmo ali diante dos nossos olhos.
7 – Dar espaço
Há momentos (e expressões) que pedem privacidade. Para pais e filhos. Mais numas idades do que noutras. Mas a verdade é que estar 24h sob 24h com as mesmas pessoas (que é o que normalmente acontece em viagem) a partilhar sempre tudo, chega a cansar! O truque é combinar e acertar locais e horários em que todos se sintam confortáveis, e respeitar se cada um quiser estar no seu canto. Porque, em doses saudáveis, também é preciso.
8 – Relativizar
É sabido, as maiores peripécias vão dar as melhores histórias (uns tempos depois claro, que na altura não têm piada nenhuma). Mas quando algo de inesperado acontece é fundamental saber desvalorizar, aprender com a situação e tirar o melhor partido possível dela. Normalmente nem sequer está nas nossas mãos alterar a situação, por isso que aprendamos a usar o plano B quando necessário. Está a chover, pois que os miúdos aproveitem para brincar nas poças de água!
9 – Sonhar
Viajar também é sonhar. E é tão bom quando depois do sonho vem a concretização. Sentirmos que conseguimos alcançar nem que seja um bocadinho daquilo que sonhámos não tem preço. Eu gosto de ajudar os meus filhos a pensar como e quando vamos chegar lá. Onde quisermos, porque nos sonhos não há limites! E isso será sempre uma das coisas que ninguém nos pode retirar.
O que é que falta aqui? Gostava muito de saber algumas das regras e truques, que utilizam para viajar com a vossa família.
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