Já há uns dias que andava a pensar nas palavras que queria escrever no dia de hoje, o Dia da Liberdade em Portugal.
Queria escrever sobre a forma como encaro a liberdade no dia-a-dia, que se reflecte naturalmente nas minhas escolhas em viagem: as vantagens (mas também as dificuldades) de não aceitarmos andar no meio da manada, a responsabilidade acrescida, as consequências de ousarmos pensar e fazer diferente, a força necessária para seguir o nosso instinto, escolher o nosso caminho, mesmo que isso signifique abandonar o conforto, o conhecido, ou até a opção aparentemente mais fácil e correcta…
Eu tenho escolhido viajar com os meus filhos de uma forma muito independente e personalizada. O facto de fazermos de cada viagem um momento único e muito nosso tem-nos criado boas memórias. Mas também tenho a consciência de que o nível de esforço necessário para fazer isso acontecer é elevado. É porventura o preço da liberdade.
Andava então eu nesta busca de escolha de palavras quando de repente, me lembrei de um texto da Jaqueline que tinha lido há uns tempos. E pronto, deixei de escrever, porque o que queria dizer estava ali, naquelas linhas, naquele empenho e compromisso.
A Jaqueline Silva é uma jovem empreendedora e eu gosto disso. É uma mulher cheia de coragem, garra e energia e eu só posso aplaudir isso!
Por isso hoje, partilho aqui as palavras dela – em comemoração da liberdade:
100 dias de solidão: empreendedor a quanto obrigas…
Percebo hoje, que existem duas formas de fazer as coisas. Ou esperamos pelas boas oportunidades, que nunca aparecem quando devem, ou entramos sozinhos e mergulhamos de cabeça nas águas que nos parecem turvas e impossíveis de navegar.
De uma forma ou de outra este percurso é sempre solitário porque é uma escolha de vida muito pessoal, e como estará escrito no meu e no seu cartão de cidadão: é intransmissível. Não se pode dar a outro qualquer a responsabilidade da nossa escolha. Ela é nossa e pertence-nos. Por isso, sendo boa ou má escolha, foi decidida por quem somos naquele momento do tempo e isso, por si só deveria ser um momento de celebração. Temos o poder de decisão, de escolha, seja ela boa ou má.
Quando eu acredito que determinado produto vai vencer, que o meu negócio vai prosperar mas mais ninguém acredita, é um privilégio tão grande que deveria agradecer ter essa possibilidade, e se errar 1000 vezes que o faça depressa e bem.
Sei que o meu olhar sobre determinadas coisas vai ser radical, analiso os prismas e penso que poderíamos fazer tudo de outra forma, mas sei que é a minha visão, não a dos outros, e também esse é um caminho só, pois não ando no meio da manada.
Porquê estar triste com isso? Porquê lamentar-me?
O ditado fatalista diz que o Destino já está determinado, mas dentro desse determinismo, esquecermos-nos que temos livre arbítrio.
Estar sozinho, não significa estar numa solidão tremenda que nos consome e nos devora. Só significa que temos responsabilidade total para fazermos o que quisermos e a isso chama-se Liberdade!
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2 Comentários
…hoje comemoram-se 40 anos sobre um evento único para os Portugueses. E embora quase metade dos que andamos por aqui, ou por aí, tenham hoje menos de 40 anos de idade, há mais cerca de 20 a 25% que tinham menos de 15 anos…. oops! pois! Só cerca de 25 a 30% podem ter sentido de alguma forma o que foi o “antes” (…o estado novo). EU tenho que agradecer a possibilidade de poder estudar! No local onde vivia, a escola permitia ir até ao 6º e mais tarde já até ao 9º ano… mas a partir daí…. não sei se os meus pais poderiam. Vivemos num país diferente! Obrigado aos que lutam pela diferenciação e se libertam dos “standards”, estão deslocados do padrão… Que bom haver uma, duas, três, muitas pessoas como tu para deixarem passar estas coisas… Força!
Que belas palavras de incentivo! Obrigada pela visita Carlos 🙂