” O REIEu não vou falar que eu AMO o Roberto desde que o ouvi. Eu não vou falar que o Brasil AMA o Roberto desde que o ouviram. Eu não vou falar que o Roberto tem a voz mais cristalina que eu já ouvi alguma vez na vida (ao vivo!).
Eu não vou falar que o Roberto tem uma história de vida, desde a infância até aos dias hoje, poderosa, de tragédias e alegrias, dignas de um herói. Não, eu não vou falar. Roberto é o Rei. E quem o disse um dia, há muitos anos, há muitas décadas, disse-o porque sabia que um Ser de Luz como ele tinha um reino à sua espera.
Nada disso eu vou falar. Eu vou falar do dia em que não havia facebook, não havia instagram, não havia snapchat, nem WhatsApp. Que a velha máquina fotográfica ficou esquecida. Que eu era magrinha, magrinha. Que ainda só era mãe de um.
Eu vou falar do dia em que a minha irmã Paula Branca me convidou para, com ela, ver o nosso primeiro espectáculo ao vivo do Roberto Carlos, no Salão Preto e Branco, no Casino do Estoril. Não me lembro do dia, nem do ano. Lembro-me que foi um dos dias mais felizes da minha vida.
Foi organizada uma gala e todos atenderam vestidos a rigor, de azul e branco em muito mais que cinquenta tons. Havia personalidades, celebridades, socialites e nós, meros apaixonados desconhecidos, mas todos íntimos do Roberto.
O espectáculo foi maravilhoso. A voz, a emoção, as lágrimas (nossas e dele) tornaram mágico este dia. Mas o melhor estava para vir.
Duas horas, todas as músicas cantadas, silaba por silaba, as palmas, os encore e as rosas. Uma branca e outra vermelha. Ainda hoje as tenho. E o fim.
No fim, eu sentia um esplendor em mim que nunca na vida tinha sentido. E sentia-me capaz de tudo. Acho que lhe posso chamar poder. Poder no sentido de tudo conseguir!
Disse à minha irmã que o ia abraçar. Ela não quis crer. Pois bem, disse-lhe que iria sozinha. E então, se era para ir, íamos as duas. Convencemos um segurança que também tinha um pequeno filho chamado Francisco. Passamos corredores e mais corredores. Seguranças e vários músicos. Até que chegamos. Fomos recebidas pela eterna secretária do Roberto, a Carminho.
– Aguardem, por favor! – disse-nos. – Sem fotografias, nem autógrafos. – reiterou.
Não sei quantos minutos passaram (talvez alguns segundos) mas parecia uma vida inteira. Desde pequenita a cantar as Baleias (confessem que já estão com o refrão na boca? Eu sei, é sempre assim!) até ali. Ante-sala do famoso e desejado camarim.
A porta abriu-se. Muitas pessoas na sala. Sairam várias. De repente, ele. Sorria e estendia os braços. Paralisei.
– Entre, querida! Por favor! – convidou Roberto.
Entrei. Ele abraçou-me. Eu abracei-o. Agradeci-lhe todo o amor que deu e ensinou. Apertei o abraço. Ele agradeceu-me por estar ali, se eu tinha gostado, que ficava feliz por meu carinho. E, de novo, agradeceu-me. Eu não queria ir embora. Queria sentir aquela felicidade e alegria para sempre. E sinto-a até hoje.
mh “
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2 Comentários
Puxa. Que história bacana. Parabéns pela bela experiência.
Roberto Carlos é tudo isso mesmo que você relatou e mais alguma coisa, transcendental, que está tatuada no inconsciente popular da cultura musical do povo brasileiro; muito embora tenham muitos críticos que ignorem ou neguem tal condição, não reconhecendo a importância e riqueza de sua obra, quando a tratam com certo desdém e menosprezo, ou quem sabe até vergonha de assumir aquilo que sente de verdade em relação a esse grande artista, músico, letrista e cantor brasileiro. Roberto Carlos.
Muito obrigado pelo seu comentário Ricardo! Fico mesmo contente que tenha gostado 🙂