Finalmente fui visitar a Torre dos Clérigos! Acho que os dedos das minhas duas mãos são suficientes para contar as vezes que fui ao Porto durante toda a minha vida. E grande maioria dessas vezes fui com o tempo muito curto, ou seja com pouca disponibilidade para passeios.
Resultado: conheço mal a cidade. Aliás, como já vos contei antes, sinto-me sempre perdida por lá… E depois penso, já visitei menos vezes tantas outras cidades estrangeiras e em nenhuma delas me senti assim!
Mas também é verdade que de cada vez que vou ao Porto, fico a conhecer a cidade um pouco melhor e a gostar um bocadinho mais… Dizem que primeiro estranha-se e depois entranha-se, certo? Pois, deve ser isso mesmo que me acontece em visita pela Invicta. 🙂
Mas se há coisa que sempre ouvi falar no Porto foi da Torre dos Clérigos. O tal ex-libris da cidade que visitei agora pela primeira vez no âmbito do desafio que me propus para o ano de 2016. E que me leva a conhecer lugares especiais vistos pelos olhos de quem os conhece bem, é o projecto 40 anos, 40 lugares.
Sempre que lá passo (numa associação muito pessoal) lembro-me sempre do Coliseu e da Fonte de Trevi. Pode parecer estranho, mas é verdade!
Porque antes de ir a Roma, nunca imaginei que tais monumentos pudessem estar assim tão relacionados com o quotidiano da cidade, tão em cima de estradas, tão encurralados entre edifícios. E, não fosse a multidão sempre presente, até poderiam passar quase despercebidos aos mais distraídos. Sim, aquela cidade italiana é mesmo especial, mas essa conversa terá de ficar para outra oportunidade.
Voltando agora ao Porto, a Torre dos Clérigos, um monumento que sempre imaginei imponente e incontornável na história da cidade, também está muito envolvido na disposição arquitectónica e no ritmo próprio da Invicta. O que por um lado facilita a visita às famílias, como já vos vou contar.
Por agora, quero deixar-vos 3 conselhos ao visitarem a Torre dos Clérigos. Devem ir:
1. Agasalhados
Porque há várias “janelas abertas” e quando menos se espera lá aparece o vento e o frio para nos lembrar que estamos a fazer uma visita em altura.
2. Preparados para encolher barrigas
Pois só existe uma via de acesso (escadas íngremes e estreitas) ou seja durante a subida e a descida temos de ir intercalando entre passar ou dar passagem aos outros visitantes.
3. Preparados para ouvir os sinos tocar
À hora certa, tentem não estar lá em cima pois o som é realmente estridente.
Confesso que comecei a contar os degraus por várias vezes mas distraí-me, por várias vezes também com a paisagem, por isso depois tive de ir pesquisar: são 240 degraus para aceder ao topo da Torre dos Clérigos. (E só de pensar que estava prevista a construção de duas torres!) Ainda assim, acho que vale bem o esforço, pela recompensa da vista.
Claro que os mais pequeninos e os carrinhos não sobem a escada em espiral e os 76 metros da Torre dos Clérigos, mas para os miúdos mais velhos é um excelente programa para gastar energias. E depois a paisagem 360º graus lá de cima é realmente fantástica, não deixa ninguém indiferente! E dá para ficar com uma perspectiva geral das várias facetas desta bonita cidade do Norte de Portugal.
A Maria Helena foi a minha convidada neste passeio no Porto. Ela tem dois filhos (10 e 16 anos) e já subiram várias vezes a esta torre sineira que integra a Igreja dos Clérigos.
E foi precisamente do cimo da Torre dos Clérigos – que já foi o edifício mais alto de Portugal – talvez pela amplitude que se vê, talvez pela liberdade que se sente, que ela sempre imaginou as suas viagens, as aventuras e as descobertas que sempre quis viver pelo mundo.
Foi daqui que um dia, fez a promessa (a si mesma) de não permitir deixar escapar esses sonhos. Especialmente pelo Brasil, nutre uma inexplicável atracção pelo país. “Desde pequenina, que as pessoas me conhecem a dançar o samba”, foi assim que me apresentou a sua paixão e me contou que ainda está a recuperar da magia que viveu na travessia transatlântica que fez no final do ano passado e que a fez criar o blog Viagens da Helena.
Quanto à Torre dos Clérigos, de arquitectura barroca e com mais de 250 anos, é obra do mesmo arquitecto – Nicolau Nasoni – que os Obeliscos na entrada do Jardim do Passeio Alegre, que também já visitei no Porto.
A torre já funcionou como uma referência à navegação, assim quase como um guia de orientação para os navegadores na entrada da barra do Douro e hoje é um dos monumentos mais visitados da cidade.
Para os interessados, saibam que com o mesmo bilhete de entrada também podem visitar exposições e a Igreja dos Clérigos ali mesmo ao lado.
Muito perto da torre, está outro agradável espaço verde, o Jardim de João Chagas (na tarde em que lá estivemos a chuva quase não deu tréguas, mas em outra ocasião é um bom passeio). Que por ser plano, é fácil manter sempre o contacto visual com os mais pequenos, que podem correr e explorar à vontade. Tem até umas estátuas às quais podem subir e brincar.
E para retemperar energias, em frente à Torre dos Clérigos está a Praça de Lisboa com os originais jardins suspensos, lojas e cafés (o Costa, aviva sempre as minhas memórias de Londres).
Que, além de tudo, funciona sempre como um bom espaço para planear as próximas visitas pelo Porto ou até, quem sabe, pelo resto do Mundo!
Quem é que já subiu à Torre dos Clérigos e quer aqui também partilhar essa experiência?
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Torre dos Clérigos
Rua de São Filipe de Nery
Porto, Portugal
Preço:
- Adulto – 3 euros
- Criança (até 10 anos) – gratuito
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Este é o lugar #6 do Projecto 40 anos, 40 lugares
Mantenham-se atentos aos lugares que ainda vou conhecer!
E por agora, podem espreitar os que já visitei este ano em Portugal:
#0 – O Baleal é a minha praia – Peniche
#1 – A Gulbenkian em Lisboa está cheia de curiosidades – Lisboa
#2 – O charme e as histórias do Parque das Caldas da Rainha – Caldas da Rainha
#3 – Museu do Oriente, visitar a cultura oriental em Lisboa – Lisboa
#4 – Arquivo em Leiria: livros, cultura e café – Leiria
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