Viajem com os filhos. Não se demorem nessa decisão…
É que o tempo passa e de repente, verificamos que não há volta atrás. Os filhos crescem, as condições de vida alteram-se… Pois, as viagens que não fizémos ficarão sempre por fazer. As que fizemos ficarão para sempre connosco.
Com a proximidade do aniversário do Gonçalo (o mais velho), despertei novamente para este assunto!
As férias escolares é sempre a época do ano em que os miúdos estão mais livres de ocupações. Os pais até normalmente conseguem tirar algumas férias dos compromissos profissionais para passar mais tempo junto da família.
E é então que se põe a questão: e agora?… Como, onde, quando vamos passar tempo juntos? A essas interrogações eu geralmente respondo com algumas das minhas escolhas e dicas.
Mas para alguns, fica ainda a faltar o PORQUÊ. Porque insisto em levar os miúdos para todo o lado comigo, se até seria muito mais fácil ir sem eles, perguntam-me muitas vezes.
Há até quem diga que férias com filhos não são férias.
Pois, como calculam, eu não me revejo nessa atitude e normalmente até respondo com alguma melancolia (com direito a voz trémula e lágrima no canto do olho e tudo). Agora tenho os meus dois próprios filhos adolescentes a questionar-me sobre isso mesmo.
Que saudades do tempo em que eles não interferiam no tal como, onde, quando e porquê! Íamos e pronto.
Agora querem saber todos os pormenores da saída, dão opinião e muitas vezes até refilam porque preferiam ficar em casa na net. Eu a ser trocada pela net!
Mas, como todos sabemos, há coisas na vida que não se conseguem mesmo controlar. O crescimento dos miúdos é seguramente uma delas (apesar desta mãe não querer por nada deste mundo que isso aconteça!)
Por isso não me canso de repetir, viajem com os filhos enquanto podem. É que depois já pode ser tarde…
E reparem como a vida é engraçada. Quando os meus bebés nasceram, cheguei a desejar que viessem com livro de instruções (tal perdida me senti algumas vezes).
Quando eram crianças (e acabava por adormecer antes deles de puro cansaço em cima da manta dos brinquedos, depois de tanto brincar), desejei inúmeras vezes que tivessem nem que fosse um pequenino botão de desligar só para eu conseguir descansar um bocadinho.
Agora, que chegaram a adolescentes só queria mesmo – mas mesmo a sério – poder carregar num qualquer botão de pausa. Que coração de mãe não aguenta esta velocidade! Este ninho cada vez mais vazio!
Sei perfeitamente que uma nova fase se aproxima e que será cada vez mais difícil conseguirmos sair todos juntos porque, verdade seja dita, os programas familiares já não são prioridade na própria e preenchidíssima agenda social que os miúdos têm actualmente.
Custa-me aceitar (coisas de mãe galinha, diriam eles) mas não posso deixar de saber que é natural, que faz parte. É o ciclo da vida. É a sede de liberdade. Resta-me confiar nas asas e nas raízes que lhes dei durante todos este anos (e confio).
E porque não gosto de permitir que as minhas convicções sejam abaladas por estereótipos, continuarei a fazer o que sempre fiz. A viajar sempre que possível. Se cada família é especial à sua própria maneira, eu não deixarei de sair com a minha família sempre que possível.
Sei que há muitas e boas razões para que viajem com os filhos e vou continuar a debater-me pelas nossas viagens em família com todas as minhas forças. Agora um conselho, não desperdicem tempo precioso.
Porque como também já devem ter dado conta, isto tudo passa rápido demais.
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2 Comentários
Espero viajar muito com a minha filha e poder partilhar com ela aquilo que mais prazer me dá na vida, viajar. Tem apenas dois anos e já fez duas grandes viagens connosco e não fosse a falta de tempo e dinheiro e já tínhamos viajado mais.
Às vezes quando penso num 2.º filho fico a pensar na dificuldade que será organizar uma viagem. Mais do que toda a logística, penso nos custos que uma viagem acarreta. Mas tento demover esta ideia egoísta (shame on me, shame on me) de que um filho é mais um bilhete de avião e perco-me no pensamento que um filho é mais um amor, para partilharmos o grande amor de conhecer outras cidades e culturas.
Muito obrigada Juani pela partilha. Espero que consigam viajar bastante juntos porque é mesmo um prazer!